Saúde mentalSaúde organizacional

Saúde mental e saúde organizacional: um caminho de mão dupla.

Nunca foi tão necessário falar de saúde mental quanto agora, né mesmo? Parece que finalmente começamos a compreender o impacto da saúde mental sobre a saúde integral, sobre os resultados dos negócios e sobre a forma como vivemos em sociedade.

No que se refere ao ambiente de trabalho, a pandemia ajudou as empresas a verem a importância da saúde mental de seus líderes e colaboradores, pois o estresse e a ansiedade foram às alturas, provocados pelo medo da contaminação, pelo isolamento, pelos desafios encontrados no Home Office com a toda a família em casa realizando atividades de trabalho, estudo e lazer num só ambiente e praticamente ao mesmo tempo. Todos esses medos eram “lícitos” e se estamparam nos rostos, nas falas, nas expressões das pessoas, dando lugar a uma humanidade há muito esquecida na maioria das organizações.

Mas, o que dizer de tantos outros “medos” tão comuns que corroem aos poucos e frequentemente, a saúde das pessoas ao longo de suas vidas laborais? O medo de errar, de dizer que aquela forma de fazer o trabalho não é a melhor, de não dar resultado, de expressar o que sente, de sentir-se incapaz, de sentir-se vulnerável, de ser visto como ineficaz num ambiente de alta competição, muita incerteza, pouca segurança e muita velocidade de mudanças.

Esses também são medos reais e lícitos que minam a saúde mental e física das pessoas, juntamente com a saúde organizacional. E o que fazer diante da constatação dessa realidade? Será que é papel das empresas olhar pra esse tema?

Para a OMS, “saúde mental é um estado de bem-estar no qual um indivíduo realiza suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e é capaz de fazer contribuições a sua comunidade.”

Ora, como ter uma empresa inovadora, ágil, competitiva e pronta para crescer sem pensar em aplicar esse conceito de saúde mental da OMS, por exemplo? E para uma empresa ser assim é necessário haver criatividade, engajamento, diversidade, colaboração, o que só acontece quando há um ambiente psicologicamente seguro para as pessoas se expressarem, desenvolverem suas potencialidades, solucionarem os problemas de forma criativa, cultivarem relacionamentos positivos, construírem uma rede de apoio e suporte social que fortaleça a confiança e lhes permita pedir ajuda, sem medo da vulnerabilidade.

Isso significa promover um ambiente não mais dos nichos dos departamentos, dos cargos estáticos, do poder vertical das hierarquias, do “meu e seu”, do EGO sistema, mas acima de tudo alicerçado no bem comum, na interdependência, no ECOssistema, onde tudo e todos têm sentido e significado, onde o interesse coletivo se sobrepõe ao individual, onde o propósito é compartilhado e os valores são vividos.

Isso é saúde organizacional e depende sim de saúde mental e emocional das pessoas! E a saúde mental e emocional gera saúde organizacional e esta gera resultados financeiros. Isso não é um trocadilho, mas apenas uma constatação de que a via é de mão dupla e que vale a pena ser seguida.

Como bem colocou a McKinsey Quarterly num estudo de 2017 que é completamente aderente a realidade atual, “a melhor maneira de administrar uma empresa é equilibrar o desempenho de curto prazo e a saúde organizacional de longo prazo”.

Portanto, trabalhar a saúde mental, emocional e organizacional apenas fortalece a necessidade urgente de colocarmos o HUMANO no centro da estratégia dos negócios para alcançarmos a Realização Humana, a melhor definição de RH para a nova economia.

 

Photo by madison lavern on Unsplash

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